quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Onde a palavra moura ainda resiste

Silves, CELAS, Outubro 2004, © António Baeta Oliveira

O autor de Limites de Luz dedicou-me, e ao meu amigo Manuel Ramos, o poema que transcrevo:

  • Silves

    Há muito que o castelo deixou de
    proteger contra o invasor do norte.
    O tempo do rei-poeta existe apenas
    nos seus versos: o Palácio dos Balcões,
    o som dos alaúdes, as verdes margens
    do rio, onde Intimad o embriagava
    com o vinho dos seus lábios.
    Agora, resta só a memória
    desses dias. Mas a palavra moura
    ainda resiste: na terra cor
    de sangue; no quarto crescente
    da lua; na vertigem branca
    das amendoeiras em flor; no silêncio
    quente das noites de junho.

1 comentário:

hfm disse...

E dedicou muito bem.