Bestiário, em homenagem a Julio Cortázar, é uma revista brasileira que se propõe publicar on-line contos ou outros textos a que reconheça qualidade, de acordo com os seus critérios de avaliação. Conheci a existência dessa revista através de uma outra (em papel), publicada no Algarve - EM CENA - e trago o assunto à colação pois um dos contos deste seu último número, além de referenciar expressamente a cidade de Silves, foi escrito pelo meu amigo HFR.
Trata-se de um conto sobre o 25 de Abril - Trinta Anos Depois - e começa assim...
Fim da tarde. Regressava, com os meus colegas de escola, da cidade de Silves onde estudava num ano comercial para o acesso ao liceu. Um ano obrigatório que o ensino fascista criou para obrigar os filhos dos pobres a mostrar que tinham competências para passar da Escola Técnica para o Liceu. Em Portimão, onde tinha nascido e onde morava, a Escola Técnica terminava no 5º ano e por esse motivo deslocava-me, a pé, do bairro operário onde morava até à estação dos comboios, para ir até à cidade dos poetas árabes. (...)
(...) A malta rumou toda para a cidade e a manif foi engrossando, como o rio Arade nos tempos de chuva quando as águas barrentas trazem as laranjas de Silves, até chegar ao centro, passados cerca de 20 minutos. (...)
Consegui despertar a vossa atenção?
O conto está disponível em Bestiário, nº 12.
P.S.
Não vou alterar o texto, mas precisar, aqui, que a revista "EM CENA", a que acima fiz referência, não foi a que me revelou a existência de Bestiário, antes sim a Periférica.
É o que acontece a quem não confirma o que está a dizer.
O comentário de HFR, abaixo, permitiu a correcção, o que agradeço.
Também me apeteceu referir as outras duas revistas que o comentário menciona, mas receei perturbar a atenção dos leitores.
A minha real intenção era o conto de HFR.
1 comentário:
António: agradeço-te a referência, embrulhada em tão excelente texto. Também para dizer-te que o último número da «Periférica» (como deves saber) traz um excelente texto do Rui Ângelo Araújo sobre a «Bestiário», para além de dois outros textos sobre outras duas editoras/revistas excelentes: a «Clandestina» e a Thule Ediciones. Um grande abraço a Silves, por teu intermédio.
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