(...) A grande questão reside na disputa milenar da cidade velha de Jerusalém pelas três religiões do Livro, particularmente pela zona que os muçulmanos designam por Nobre Santuário e os judeus por Monte do Templo.
Neste espaço concentram-se o Muro das Lamentações, o Santo Sepulcro, a Cúpula da Rocha e a Mesquita Al-Aqsa. As tradições entrechocam-se num conflito que todos conhecemos e, para lá do Muro das Lamentações, a entrada na Esplanada das Mesquitas é interdita aos judeus, por decisão do Grande Rabinato de Israel, desde 1978, porque lugar profanado, lugar do Templo de Salomão, várias vezes destruído.
Se procurarmos por "Al-Aqsa", no Google, por exemplo, é fácil deparar com páginas e vídeos que atribuem a confusão entre as duas mesquitas da imagem acima, a uma conspiração sionista.
Mas a Cúpula da Rocha é também um templo de elevada importância, porque foi erigida sobre a rocha que a tradição aponta como a rocha onde Abraão depositou o corpo de seu filho, para o sacrifício que Deus lhe pedira como teste da sua fé, e ainda como o local onde foi depositada a Arca da Aliança.
Creio que, no fundo, tudo reside no conflito que pende sobre Jerusalém e, embora se acusem os mais variados orgãos de comunicação de todo o mundo por se prestarem à maior divulgação da Cúpula da Rocha, tal não passa, na minha opinião, da proeminência desse lugar e do efeito reluzente da sua cúpula de ouro, bastante mais visível e fotogénica do que a cúpula de prata da maior mesquita de Jerusalém.
Não fora esta luta de contornos religiosos, de religiões que se reivindicam da paz, e tudo isto não passaria, como no título que atribuí a estes posts, de meras curiosidades.
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