Do famoso poema de Al-Mu'tamid são conhecidas variadas versões.
Já aqui publiquei uma delas e quero hoje dar-vos a conhecer um excerto de uma outra, de Rocha Júnior sobre a tradução de Magdalena Fuentes do livro Historia de los Musulmanes de España, de Reniero-Pedro Dozy - Barcelona. Consta da Colectânea ALGARVE todo o mar, publicada pela Dom Quixote, Lisboa 2005.
- Evocação de Silves
Dá saudades a Silves e pergunta-lhe,
Ó meu caro Abu Bekr, se esses montes,
Esses lugares impressos na minha alma,
Estampas vivas dos meus sonhos jovens,
Se recordam de mim. E diz ainda
A esse inolvidável Charadjib,
Ao soberbo palácio cujas salas,
Sempre cheias de moços e beldades,
Davam exacta ideia de uma cova
De cálidos leões ou de um harém,
Diz-lhe que longe - e longe só da vista
Mas não do coração - vegeta um homem,
Um exilado do seu ninho afável,
Ardendo em ânsias de tornar a vê-lo! (...)
11 comentários:
São versos sempre frescos, por mais que se releiam. Silves é afortunada.
A empatia que tenho com estes poemas não se descreve. Obrigada.
Não admira que os árabes sintam ainda a nostalgia do al-Andalus...
Que tempos, esses.
prefiro as versões do «o meu coração é árabe» e de «Al-Mu'tamid: poeta do destino».
um abraço
manuel a. domingos
Esta versão figura no livro "Terra Morena", de César dos Santos, um jornalista e escritor silvense injustamente esquecido e de quem fui amigo. Transcrevi-a, designadamente, no artigo "Em louvor de Silves", publicado no primeiro número (1999) da revista "Stilus".
Um abraço, António!
Penitencio-me, Torquato, pois o texto que integra o poema é de César dos Santos e retirado desse seu livro "Terra Morena".
Receei a confusão com a citação da colectânea, o seu título, o autor do poema, o autor da versão, o tradutor, o autor do livro que o tradutor traduziu e depois ainda o autor do texto onde o poema é transcrito.
Obrigado por teres reposto a referência completa.
Abraço-te.
:)
Bjx
Um dos livros cuja lombada, talvez pelo título, mais despertava a minha atenção entre os que, de cabeça bem inclinada até ao torcicolo, encontrava pela biblioteca do meu avô...! Memórias da adolescência!
Vê-se que é paneleiro! Ele teve relações homossexuais com Ibn Ammar, que era de Estômbar. Ainda por cima era casado com uma mulher bela, I'timad. Estes arábes!!! Que raça!
grande blog e grande a ideia de divulgar o passado árebe de portugal...
pena as intervenções idiotas que por aqui aparecem...
Obrigado, caro db.
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