Parece ser sina minha!
De cada vez que falo da beleza da minha terra surge alguma coisa que me desagrada. A "culpa" hoje é do vereador independente da CDU.
Ora nós, humildes cidadãos, convocados a pronunciar-nos pelas eleições e habituados ao longo de todos estes anos a ver passar vereações atrás de vereações sem nada saber do que se passava (pois nem sequer acesso às actas havia), somos agora confrontados com um blog, da autoria desse vereador da CDU, que relata criticamente o que se passa nas reuniões da Câmara e nos deixa boquiabertos com a frequência de procedimentos indevidos (para não usar a palavra "irregularidades", que pode ser considerada abusiva para ouvidos pouco habituados à controvérsia).
Pena é que a divulgação destes relatos se limite à INTERNET, de acesso pouco abrangente, pois os relatos, acompanhados da acta oficial, deveriam ser alvo de uma publicação regular que nos permitisse conhecer a actuação dos vereadores e habilitar-nos a um voto coerente com o nosso julgamento, e não pelos cartazes, com "carinhas" mais ou menos "larocas" ou pelas promessas mais ou menos vãs.
Olhem o que, numa só reunião, fiquei a saber:
- que a Sra. Presidente quer, agora, colocar à apreciação da vereação o protocolo que dizia não necessitar dessa apreciação, na sequência da queixa que a CDU apresentou ao Tribunal Administrativo e ao Ministério Público;
- que a água que bebemos não é captada e tratada a partir da Barragem do Funcho pelas Águas do Algarve, (o que só acontece nas freguesias de São Marcos, Messines e Armação ), mas sim proveniente de furo no aquífero Querença-Silves, que ainda o ano passado ameaçava níveis preocupantes. É que para o aumento do preço da água, a Sra. Presidente justificava-se com o aumento de tarifas das Águas do Barlavento;
- que os pedidos de documentação solicitados pela oposição são sistematicamente esquecidos por tempo indeterminado, ou entregues tardiamente, inibindo o trabalho de fiscalização que à oposição compete;
- que a Sra. Presidente recusa a elaboração do Relatório de Observância do Estatuto de Direito da Oposição, obrigatório por lei, e que a maioria PSD votou pela manutenção dessa irregularidade.
Querem saber mais e como? Aconselho a leitura do Blogue do Vereador, no que se refere ao relato da reunião de 7 de Junho e seus links para documentação adequada.
7 comentários:
Só uma pergunta mázinha...: queriam beber uma águita melhor do que a que bebemos aqui ( = Leiria ? )...
Agradeço a divulgação António, e como digo na resposta ao comentário que realizaste no Blogue do Vereador, o elogio implícito. Só uma pequenina correcção (nuance) àcerca do que dizes e em defesa (será?) da nossa presidente: a Dra. Isabel Soares não se recusou a apresentar o referido Relatório, disse que iria consultar a lei.Talvez o pudesse ter feito no próprio blogue, a bem da rapidez, pois já lá vai um mês que o declarou!
Fernanda
Provavelmente pela água que tens não te cobram a taxa máxima que é possível aplicar; aqui aplicam a máxima e mentem quanto às razões por que o fazem.
Manuel
A nuance fica registada por ti, mas para um mês de nuance, creio que não há nuance que chegue.
Eu nesta frase usei logo três.
O imposto autárquico, no concelho de Silves - por obra e graça dessa senhora presidente -, também é à taxa máxima.
Isto é, paga-se proporcionalmente mais por uma casa em Alcantarilha, por exemplo, do que por outra no centro de Lisboa.
Comentários para quê?
Nunca há "bela sem senão"! E na bela Silves os "senãos" parece serem demais para concelho que merece um muito melhor tratamento. E essa senhora presidente tende a eternizar-se no cargo? Vai, pelo menos, no 3º. mandato...
Torquato e Guida
Quem liga às nossas conversas? Quem está interessado na coisa pública?
A memória esvanece-se rápidamente. Quando chegar o tempo de eleições escolher-se-á de novo a personalidade mais badalada ou com mais hipóteses de ganhar.
O sucesso não reside mais no mérito, mas na imagem.
O que mais me dói, é que quem foi escolhendo este modelo de sociedade, de eleição em eleição, fomos nós; e os que estão no poder sabem atirar-nos isso à cara.
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