segunda-feira, junho 12, 2006

Pelo advento do Solstício

É nesta primeira noite de fogueiras, prenúncio do Verão, que a pele se inquieta e as pessoas saem para a rua procurando alívio na brisa e no cheiro da maresia.

  • FÁBULA

    Todos os anos neste dia
    os árabes
    silenciosamente
    voltam-se para os lados de Chenchir
    beijam a terra em suas mãos
    e lamentam o fascinante país
    onde já não vivem o mar
    sem peso as noites inclinadas a terra
    volúvel
    onde seus antepassados
    acenderam as álacres fogueiras do amor

Casimiro de Brito
ALGARVE todo o mar
(Colectânea)
Publicações Dom Quixote, Lisboa 2005

6 comentários:

Rosmaninho disse...

"... procurando alívio na brisa..."

"... beijam a terra em suas mãos..."

Que maravilhosas palavras, para esta primeira noite de fogueiras!


Um beijo

Unknown disse...

Um beijo, Filomena.

Anónimo disse...

Li, gostosamente este poema em que os árabes , silenciosamente, voltam-se para os lados de Chencir...e ...lamentam. E fiquei a pensar na primeira noite das fogueiras...O solstício ?
Bonito. Um abraço.

fsm

Unknown disse...

Tem imagens muito belas, de perda, de saudade e de memória.
Outro abraço, Fernanda.

Fatma disse...

Um poema de nostalgia, um memorial pelo que já não existe mas faz parte de uma essência ainda viva. Foi o que senti. Bejnhs

Unknown disse...

Fátima
Assim senti também, querida amiga.
Beijo