A marca outonal do conto que se segue, mais precisamente de fim de férias, de final de Verão, leva-me a quebrar o hábito de publicação de um conto à sexta-feira.
Hoje, quinta-feira, o Equinócio de Outono apresentar-se-á pelas 22h23, para as coordenadas de Silves, e será mais pacífico, conto eu, do que o que vem acontecendo nas estradas portuguesas, ano após ano, pelos finais de férias e feriados.
O efeito da luz no ocre da falésia
Só teve tempo de travar. O carro ainda embateu, ligeiramente, de encontro ao rail que delimitava a via. Atordoado, apercebeu-se de que estava fora de mão, numa situação de elevado perigo para si e para os outros que ali circulavam, intensamente, no regresso de férias.
Que férias!!!
Sorria, certamente, enquanto revia as preguiçosas e despreocupadas manhãs, a longa e descontraída cavaqueira ao jantar, com os amigos, as animadas e despreconceituosas festas, noite fora. As tardes, na praia, a ler, a ouvir música, banhando-se amiúde nas tépidas águas do mar ou fitando, abstraído, o efeito da luz no ocre da falésia.
Foi aí que um violento raio de sol o despertou da sonolência e o acordou, no momento em que o seu carro seguia perigosamente descomandado.
4 comentários:
Vejo as semelhanças :) Gosto desse baralhar e voltar a dar do tempo, recurso que me parece ser também do teu agrado. Abraço
E o rio está seco
Quase no fim
Regressemos
À sobrevivência
António Manuel Ribeiro
Que o raio de sol continue a despertar em ti estas palavras. Um abraço e bom outono.
Que o final do Verão e em particular, a luz, nos desperte e nos dê força para mudarmos o está mal.
Abraço.
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