quinta-feira, maio 04, 2006

Uma ilha de silêncio

Depois do percurso pela City, desci até à Catedral de São Paulo e percorri lentamente a Fleet Street, até Temple, precisamente no início da Strand.
Conhecia já esta zona, de Temple e da Strand, mas nunca antes tinha associado o nome - TEMPLE - a um templo dos Templ(ários), o que aguçou a minha curiosidade e veio a resultar no mais agradável e enriquecedor momento da minha estadia nesta grande urbe europeia.
No meio da agitação de uma das mais movimentadas zonas da cidade, vim a encontrar, para além de uma pequena porta entreaberta, o acesso a uma autêntica ilha de silêncio e recolhimento.
Entrada para Temple Church, Londres, Abril 2006, © António Baeta Oliveira
É ali mesmo, através desta porta branca, entreaberta, que se acede a um estreito caminho que conduz ao Templo, como indica essa informação, em fundo negro, na ombreira da porta anterior.

Creio que nunca teria descoberto o local, apesar do mapa que levava comigo, caso não tivesse inquirido um cavalheiro, perdão, gentleman que por mim passou.
Protegido por uma série de edifícios que o cercam, relacionados com o Supremo Tribunal de Justiça, num pequeno largo onde alguns funcionários gozavam uma pausa para almoço e lazer, ali estava o TEMPLE, do séc. XII, cujo traçado da parte circular lembra a Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, modelo habitual das igrejas templárias.
                                                     Temple Church, Londres, Abril 2006, © António Baeta Oliveira
No centro do pequeno pátio uma coluna sustenta um cavaleiro templário, que transporta um outro no seu cavalo.
                              Cúpula em Temple Church, Londres, Abril 2006, © António Baeta Oliveira
No interior, sob uma cúpula, em cuja base se recordam, a toda a volta, os nomes de vários cavaleiros, jazem no chão alguns outros, em sepulturas datadas do séc. XIII e cujas pedras tumulares reproduzem a efígie do sepultado.
Base da cúpula do Templo, Londres, Abril 2006, © António Baeta Oliveira             Sepulturas em Temple Church, Londres, Abril 2006, © António Baeta Oliveira
Esta pequena e deliciosa jóia arquitectónica foi o meu grande achado desta visita a Londres.
Fiquei por largo tempo, ainda, no exterior do templo...
                              Entrada para o Templo, Londres, Abril 2006, © António Baeta Oliveira
... ouvindo música, escrevendo e lendo, repousando um pouco após várias horas de passeio a pé. Foram momentos de muita tranquilidade e fruição estética os que vivi nesta ilha de silêncio, no meio do bulício da grande cidade.
Quem me diria em Londres!

P.S.
É só para lembrar que me vou ausentar de novo por algum tempo. Até breve!

17 comentários:

Asulado disse...

Um dos locais interessantes que encontrei na Expo 98 foi o espaço interreligioso. Coordenado por várias confissões, sem símbolos, apresentava uma decoração minimalista, onde a água era um elemento importante, e apelava à serenidade e reflexão.
Interessante precisamente pelo meio em que estava inserido. Soube-me bem o pouco tempo que lá passei após horas de bulício na feira.

Unknown disse...

Obrigado pelo teu testemunho, que enriquece estas experiências de paz, de serenidade, de reflexão, num mundo que parece não parar só para não ter que olhar para si.

Carla disse...

:)
Boas viagens, esperamos pelas novidades :)
Beijos

Unknown disse...

Obrigado, Nadir.
Um beijo.

hfm disse...

É assim, meu amigo, que se descobre Londres essa que só se mostra a alguns.
Boa continuação de viagem.

Unknown disse...

Um abraço, Helena.
Obrigado.

Conceição Paulino disse...

obrigada por esta pérola k aqui nos deixaste. Vou anotar e um dia lá irei tmb. Bjs e ;) e boa viagem

Unknown disse...

Obrigado, TMara.

musalia disse...

conheço bem esses 'arredores'mas o TEMPLE não descobri...que pena!
bj.

Anónimo disse...

« Fiquei por largo tempo, ainda, no exterior do templo...... ouvindo música, escrevendo e lendo, repousando um pouco após várias horas de passeio a pé. Foram momentos de muita tranquilidade e fruição estética os que vivi nesta ilha de silêncio, no meio do bulício da grande cidade. »
É assim que se escuta e sente "o espírito dos lugares" e que se aprende com as viagens. Foi assim que aprendi a viajar para saber e não somente ver. Riquíssimo saber o seu. Boa continuação de viagem ( agora para outras paragens ?) e espero para ler o que encontrou. Bom regresso.
Abraço,
fsm.

Santos Passos disse...

Enfim, alguém viu Londres. Dizia-se que niguém nunca a vira. Porque o fog não o permitia e se não havia fog então não era Londres.

Miguel disse...

A continuação de boa viagem ...

Bjks da Matilde

Anónimo disse...

...

Unknown disse...

Sanrtos Passos
Finalmente alguém consegue ver Londres sem fog; e logo um português.

Unknown disse...

Meus amigos

Um abraço grande a todos os que aqui vieram na minha ausência.

Anónimo disse...

Olá caro amigo, espero que faça boa viagem e que quando voltar dê uma espreitadela em vidasobrerodas.blogs.sapo.pt
Um abraço!
Aldo alex

Unknown disse...

Já voltei, meu caro.
Irei visitar essa vida, como se fora sobre rodas.