Boca aberta que tens plátano em ti,
Dessa copa aberta e agra
Abisma-me o contorno de giz, quarto encerrado, voz tácita.
O gesto de morte desse braço aberto de meio,
Mãos esculpidas de pedra
Têm nas unhas de mármore o sangue calcinado,
Pintado em tons de aspar,
Rastreio poluto, asco asceta.
Sôfrega pulsa ânsia
Apura o odor desse peso que caminha lento na incerteza
Do fatídico.
Pedro Sousa
Do Solo ao Sul
(Antologia de Novos Poetas Algarvios)
ARCA (Associação Recreativa e Cultural do Algarve), Faro 2005
2 comentários:
Por recomendação do meu irmão, vim conhecer os cantos à casa e estou absolutamente rendida a este sabor a Silves e às palavras poéticas que dão especial vida ao Algarve.
Passarei a ser visita constante.
Um beijinho desta aluna (apesar da passagem apressada do tempo, uma vez aluna, para sempre aluna!), agora, fã deste espaço de escrita fantástico.
Joana Salvador
Joana
Um prazer ver-te por aqui.
Agradeço a visita, a promessa de continuidade e, muito especialmente, o comentário.
Um beijo amigo.
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