Morreu Ramos Rosa.
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A luz veio nua
Como um sopro ouvia-se
O silêncio entre as abelhas
A felicidade era um diadema no imenso
E uma fonte que latejava sob a pele
Os corpos eram de lama ardente à carícia da brisa
O fogo deslumbrava-se na fundura infinita
Como frutos sonâmbulos atravessámos as águas
E as espirais fosforescentes da terra alvoroçada
Adormecíamos felizes arfando no orvalho
Sorrindo com as pálpebras
Éramos a raiz do azul a profunda espessura
Os campos aéreos o âmbito vastíssimo
A pedra viva a loucura até aos astros.
in Duas Águas, Um rio, 2002
António Ramos Rosa
ALGARVE - 12 Poetas a Sul do Século XXI
Livros Capital / Linguagem de Cálculo
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