quarta-feira, dezembro 17, 2003

Dolce fare niente

Prossigo neste doce, preguiçoso e inocente capricho de brincar com as palavras, a que hoje acrescento as imagens.
Pacheco Pereira, que ontem me inspirou este tom, já o abandonou; outras responsabilidades e urgências que eu não tenho.*

Há dias nublados, penumbrentos, frios, tristes, nostálgicos.
Há dias encobertos, chuvosos, pardacentos, húmidos, enfadonhos.
Há dias de sol, limpos, radiosos, quentes, despreocupados.
Há dias a vários andamentos: chuvosos, nublados, mas luminosos, de uma luz que prenuncia a breve chegada do Sol e que, quando as nuvens se afastam, irrompem numa paisagem límpida, em que as próprias cores da natureza ganham outra vivacidade, como se as tivessem lavado e o nosso estado de alma, lavado ele também, ganha aquela alegria que nos traz uma outra vontade de viver.
Entrada da Alcáçova de Silves, DEZ2003, © António Baeta Oliveira
Esta foto capta um desses dias, no preciso momento em que ainda se ouvem os últimos acordes do adagio que antecede o allegro.

*Afinal, falei cedo de mais. Acabei de verificar que Pacheco Pereira mantém aquele tom nos seus early morning blogs e até enquanto peca conscientemente.

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