sexta-feira, janeiro 21, 2005

Líricos algarvios (VI)

HFR, um amigo que conheci através do seu blog e das afinidades que assim se geraram, presenteou-me com um poema de Emiliano da Costa (Tavira):

      • (dedicado a João Lúcio)

        No fundo bizantino, em oiro cromo,
        De cada tarde o Sol esplende tanto!
        Tu vives nele, ao alto onde me assomo,
        Poeta, como na arte vive o acanto.

        A abelha, o azul, um canto de ave, um gnomo.
        A Natureza num radioso encanto,
        Nessa poesia se estiliza como
        Em plena luz a flor de um helianto.

        Dobram-se as folhas em volutas jónias.
        O teu influxo ardente como fez
        Nos nectários perlar as ceratónias!...

        Que o Sol flameje em tudo e tudo cante:
        - Glória à Cor! Ao poeta Verones!...
        E o Algarve a humilde palma lhe alevante.

(in "Heliantos", 1925)


1 comentário:

Anónimo disse...

Essa série está cada vez melhor.
Abração