segunda-feira, janeiro 17, 2005

A propósito de um Hino para o Algarve


Símbolo e bandeira já temos!

Queiram desculpar a interrupção no ciclo dos "Líricos algarvios", mas a Junta Metropolitana do Algarve prefere um hino, que «não tem forçosamente de passar pela expressão popular do corridinho», no dizer de Macário Correia, adiantando já uma "dica" ao compositor ou ao (des)gosto dos eleitores.
E porque não uma farda, que não tenha forçosamente de passar pela expressão popular do " traje algarvio"?
Hino? Com todos a dizer e a cantar a mesma coisa, sem lugar à diferença? Soa-me a "claque", a nacionalismo serôdio em tempo de unidade europeia e mundialização. Ocorrem-me os "ismos" do século passado. Pressinto o uso daquelas generalidades que se usam para referenciar os "ciganos", os "pretos", os "ingleses", os "alentejanos", os "algarvios", os "portugueses" como se fossem todos iguais. Imagino já as acusações de que seria alvo se não me erguesse, e porventura de mão no peito, quando se entoasse o Hino do Algarve. Sinto-me coagido.
Para «acentuar a autonomia», justifica o senhor presidente da Junta Metropolitana. Mas a autonomia em relação a quê ou a quem? Queixarmo-nos de "Lisboa", como se a política que lá se faz diferisse alguma coisa da política que cá se faria.
Autonomias num país de 10 milhões de habitantes? Em Londres para essa população chega um "Mayor" ou em São Paulo um Prefeito.
É que temos «poderes muito escassos», afirma o senhor presidente. Felizmente, digo eu, pois se mesmo com esta escassez de poder se tem a "sem vergonha" de encomendar composições e execuções aos músicos da Orquestra do Algarve, como se fossem meros funcionários da Junta Metropolitana. E que dizer do poder de abrir concurso, publicado em Diário da República, com atribuição de um prémio de €2500 ao vencedor, por "dá-cá-aquela-palha", como se se tratasse de um desígnio regional.
Sem falar do "mau-gosto" da ideia, porque cada um defende o "mau-gosto" da sua própria ideia, pergunto-me que criatividade poderá existir na composição de um hino ou na produção de um poema, emblemáticos, por encomenda?
Isto, se não é abuso de poder, pelo menos não reflecte a sua escassez.

Este texto é pouco reflectido, saído um pouco como quem grita, mas foi o que o momento me ditou. Afinal é para isto que tenho um blog, blogal, para marcar o meu direito à diferença.

Abaixo o hino! Pimba!


6 comentários:

Anónimo disse...

Amigo, digo te já e aqui mesmo. EU NÃO CANTO ##%$& DE HINO NENHUM DO ALGARVE.
Era só o que me faltava .
Ora Esta...

Anónimo disse...

Pouco reflectido? talvez, por isso, ganhe força maior. Você, António, acertou num alvo em movimento. Ao lado do seu grito 'Abaixo o Hino Pimba!', parafraseando Almada negreiros, eu poria também 'Abaixo o Hino, PIM!' fcr

Anónimo disse...

António: lê o que o Luís Ene escreveu no blogue, sobre o assunto. Em breve a minha coluna n' «A Voz de Loulé» abordará este tema, espero. Abraço do Helder.

Anónimo disse...

Volto às maca(rio)quices hínicas Temos um PR, PAR etc e se houvesse um P. da R. Autónoma do Algarve? hinos, sim, portagens, não! Paralelo, o caso de M. B. da CML, à A. R., e ao P E., saiu, morre L. Pires, salta para o PE, volta à base, concorre a P. C.D.PSD, será dep.e, depois, o PE.. Não é engenhoso! fcr.

Anónimo disse...

Vou concorrer ao concurso para o Hino do Algarve: já tenho o refrão, só me falta o poema. Alguém quer participar?

Ripedoff disse...

Carlos Rocha se não é Algarvio não tem que cantar um futuro hino e se não é Algarvio pode bazar não faz cá falta nenhuma

Algarve Independente já