Uma açoreana passou por aqui outro dia, na rota de Vitorino Nemésio, e estranhou a ausência de Antero na minha "colecção de poetas". É Antero que vos trago hoje e a promessa de mais um dos meus contos na próxima sexta-feira. Acontece que, mais longo do que o habitual, dividi o conto em duas partes; a primeira parte será aqui publicada na quinta-feira.
- Tormento do Ideal
Conheci a Beleza que não morre
E fiquei triste. Como quem da serra
Mais alta que haja, olhando aos pés a terra
E o mar, vê tudo, a maior nau ou torre,
Minguar, fundir-se, sob a luz que jorre;
Assim eu vi o mundo e o que ele encerra
Perder a cor, bem como a nuvem que erra
Ao pôr do sol e sobre o mar discorre.
Pedindo à forma, em vão, a ideia pura,
Tropeço, em sombras, na matéria dura,
E encontro a imperfeição de quanto existe.
Recebi o baptismo dos poetas,
E, assentado entre as formas incompletas,
Para sempre fiquei pálido e triste.
Antero de Quental
Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa
Eugénio de Andrade
Campo das Letras, Porto, 2001
P.S.
Hoje, 24, exultei de alegria com a notícia da reabertura, após completo restauro, do Teatro Mascarenhas Gregório. Podeis aceder à notícia em www.silves.web.pt, um site sobre Silves que mantenho há mais de oito anos, e cuja divulgação agradeço.
Entretanto, com esta notícia, ganhou extrema actualidade um post que aqui deixei em (clique no sublinhado) 8 de Janeiro de 2004.
5 comentários:
Fico á espera do Conto!
Bjs da matilde
Gosto sempre de reler Antero, ainda sei alguns dos seus sonetos de cor.
Lindo!
Quanto à divulgação? No que eu poder ajudar, ainda que pouco, vou tentar.
Abraço.
João
A divulgação interessa mais a quem tiver algo a ver com Silves, mas agradeço a prestimosa colaboração.
Um abraço de Parabéns, neste 25 de Agosto.
hoje é o dia das mascarilhas à Zorro pelo que tou a ver. é o teatro grego, o caule da figueira, os xantinhos invisíveis
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