Não duvido de que o Salão Nobre dos Paços do Concelho, onde decorreu a cerimónia da tomada de posse, estivesse cheio de gente.
Os que compareceram certamente souberam da cerimónia; outros ainda, terão sabido e não compareceram; muitos outros não chegaram a saber.
O que pretendia, nesse meu texto, era chamar a atenção para a necessidade de uma ampla divulgação, como acto responsável de informar e de formar para a cidadania, para a cultura democrática.
Os que lá estiveram tinham os seus interesses e creio que todos, sem excepção, temos os nossos próprios interesses na procura de soluções que satisfaçam as nossas necessidades e as da comunidade onde vivemos.
Os que comparecem a uma Assembleia Municipal também têm os seus interesses em ver satisfeitas necessidades pessoais e colectivas.
Mas para além dos interesses há as expectativas e, seguramente, os que estiveram na tomada de posse tinham expectativas mais elevadas do que as que se geram perante uma Assembleia Municipal, que não suscita, salvo em raras ocasiões, a presença de tanto público.
É por tudo isso que reafirmo o que aqui disse em post de 20 de Setembro: Não estou interessado em quem detém o poder - «o poder sempre corrompe» - mas antes em quem o fiscaliza, em quem se lhe opõe, contrapondo uma outra forma de encarar as soluções políticas...
A oposição não pode desaparecer do contacto com as populações terminado o acto eleitoral e regressar em situações esporádicas, sem continuidade, ao longo de quatro anos, esperando fazer-se ouvir, então, quando é fácil denunciar e prometer, na proximidade de um novo acto eleitoral.
A oposição tem responsabilidades perante os seus eleitores (8535 contra 7395); eles são a maioria dos que compareceram às urnas. Confirme, clicando aqui.
Há que estar connosco, cidadãos, todas as semanas, porque todas as semanas se votam resoluções em reuniões da Câmara e nós temos o direito de ser informados de como se votou e por que se votou de determinada forma. Há que trazer para o domínio público e para a discussão pública as actas das reuniões onde, em nosso nome, se decide sobre a administração do concelho.
Há que divulgar, mais profusamente, as sessões da Assembleia Municipal e, na sequência, as suas actas.
Há que fazer viver a cidadania.
- «Mas isso não é habitual. Não se faz em parte nenhuma.»
Pois é!
quarta-feira, outubro 26, 2005
Ainda a propósito do novo ciclo autárquico
(Na sequência do post da passada segunda-feira)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário