Em 17 de Outubro de 1924 nascia, em Faro, António Ramos Rosa.
Hoje, em jeito de homenagem, acrescento à minha compilação (ao fundo desta mesma página), o poema que, muito provavelmente, é o mais conhecido e divulgado de toda a sua vasta obra.
- Não posso adiar o amor para outro século
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa
Viagem através duma nebulosa (1960)
Antologia poética
Publicações Dom Quixote, Lisboa 2001
4 comentários:
Gostei muito do blog e do poema!
António: ainda bem que escolheste este poema para lembrar o aniversário do "nosso" Ramos Rosa. Estou a ouvi-lo na voz da minha amiga Viviane, no cd do projecto "Linha da Frente". Abraço.
Bela homenagem.
Por acaso comprei no dia 12 de Outubro um livro dele para oferecer à madrinha do meu filho no dia seguinte como prenda de aniversário e ela adorou!
Abraço.
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