Rios de dinheiro têm corrido em nome da requalificação do Arade sem que o rio beneficiasse de qualquer intervenção.
Eles são projectos encomendados a peso de ouro, que se remetem para as gavetas do esquecimento com a mudança de cor política. Eles são novos projectos, de novo a peso de ouro, solicitados à mesma empresa do projecto anterior, que não se importa, mesmo nada, de refazer o projecto, limitando-se a apresentar quase idêntico plano, se bem que com o devido ajuste nos custos, devido à inflação. Elas são candidaturas a fundos europeus, que usam a Bacia do Arade como a base estrutural em que se apoiam os projectos, deixando o rio a ver navios.
O Plano de Requalificação do Arade envolve um investimento global, público e privado, na ordem dos 50 mil milhões de euros. Os projectos aprovados, numa primeira fase, atingiram um montante que se aproxima dos 20 mil milhões de euros e estão na calha mais 15 mil milhões de euros, ainda no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio, até 2006.
Verifique como foram aplicados, pois é o próprio Boletim Informativo da CCDRAlgarve que nos elucida. Confira em Informal (nº2).
Entretanto, o rio não beneficiou ainda de nenhuma requalificação que permita a sua navegabilidade até Silves e aproxima-se o IV Quadro, com um assinalável corte orçamental em relação ao Algarve, que a imprensa vem referindo como da ordem dos 75%.
Veja o que o mesmo Informal (nº8) diz, quatro anos depois, em Janeiro de 2005.
E o Arade a ver navios.
A sua requalificação serve de apoio a requalificações à sua volta, mas o Arade, estrutura de base, mantém-se assoreado, poluído e navegável em horas que só a maré comanda. Isto é como levar o carro à frente dos bois, só que neste caso os bois vêm tão longe que ainda não se avistam.
Por tudo isto, como diz o Helder Raimundo, em Contrasenso:
"153 assinaturas! É pouco, muito pouco para um rio que fez tanto por nós! Assine aqui" (não esqueça de, em vez de País/Cidade, escrever BI, data e arquivo).
Pode ainda tomar a iniciativa de recolher assinaturas em papel; carregue aqui o ficheiro Desassoreamento.doc e remeta, com qualquer número de assinaturas, para:
Manuel Ramos
Casa da Cisterna
Torre e Cercas
8300 Silves
Divulgue a existência desta petição ao Governo, Presidência da República, Assembleia da República, CCDRAlgarve, IPTM .
O Arade é de todos e agradece.
quarta-feira, abril 05, 2006
Arade ao longe
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
11 comentários:
Blog muito interessante... vale a pena voltar, com toda a certeza. Espreita o Orgia Política e dá-nos a tua opinião.
Carlos
Já assinei a petição, ou não fizesse o rio arade parte do meu umaginário de criança, pois praticamente fui criada sentro dele, ou não fosse eu de Ferragudo. Imprimi algumas folhas a fim de recolher assinaturas junto de amigos e colegas de trabalho. Um abraço Sofia
Carlos
Não gostei da publicidade. Para essas coisas usa-se o email e sujeitamo-nos ao critério do autor do blog.
Provavelmente não voltará a passar por aqui, mas se tal acontecer fica sabendo o que achei.
Sofia
Obrigado pelo teu esforço.
Envia depois para:
Manuel Ramos
Casa da Cisterna
Torre e Cercas
8300 Silves
Ok, António… peço humildemente desculpa… não era minha intenção explorar o teu espaço.
Mas prometo continuar a visitar o blog… a minha opinião era honesta.
Cumprimentos
Carlos
Carlos, voltaste. Estás perdoado. ;-)
Boa insistência.Um abraço.
Edmundo Estrela
Edmundo
Apareces sempre inscrito como anónimo, mas podes inscrever-te como "outro" e colocar o teu nome; basta escolher essa opção.
Obrigado pelo estímulo.
Um abraço.
Mas valerá a pena desassorear o Arade? Afinal, qual a origem assoreamento?
Não chega desassorear... há que recuperar as florestas nas serranias que o Arade e os seus afluentes atravessam, bem como as galerias ripícolas dos cursos de água... as árvores são a melhor defesa contra a erosão, e consequentemente, contra o assoreamento de rios como o Arade...
Mas atenção, não é com eucaliptos e pinheiros que vamos lá... mas sim com sobreiros, azinheiras, carvalhos-cerquinhos, carvalhos-de-Monchique (quercus canariensis), medronheiros, castanheiros, entre mais espécies...
Das suas questões, Sr. Frederico, toda a gente sabe, portanto a sua achega em nada contribui para a solução.
O autor do blog é bom a cagar postas de pescada.
No resto um inútil como outro qualquer à espera de tacho
Enviar um comentário