O que espera esta criança, que olha para além do mar?
Uma notícia do Correio da Manhã, na semana passada, referia-se a um espancamento ocorrido no Algôs, concelho de Silves, sobre dois assaltantes, perpetrado por um grupo de cidadãos não identificados, que os entregaram à GNR.
Fiquei a pensar nos sinais reveladores da inoperância cada vez maior das forças segurança, que conduzem a estas acções de "justiça popular". A lei não faz sentido por si se não houver um mecanismo de fiscalização e controlo da sua aplicação e é na sua ausência que ocorrem estes actos de intervenção popular, que vão gerando um campo fértil para a actuação dos que defendem um estado policial, exactamente porque o seu discurso vai de encontro à sensação de insegurança das populações.
"...ontem à tarde ainda não tinha sido apresentada qualquer queixa relativa ao incidente. Uma vez que a detenção não foi efectuada em flagrante delito, os dois homens foram restituídos à liberdade.", concluía o referido jornal.
O problema é que notícias destas surgem todos os dias, em vários pontos do país.
Li esta informação através do meu computador e aí, o leitor, tem possibilidade de anexar à notícia o seu comentário. Cerca de duas dezenas de comentadores eram unânimes em congratular-se com a aplicação da "justiça popular", e a fúria mais devastadora, a maior insurgência, recaía na situação desses dois assaltantes serem imigrantes romenos.
Esta fúria anti imigrante assume foros de uma xenofobia perturbadora e este é também um campo fértil para a sementeira dos nacionalismos e dos patriotismos bacocos, de gente a quem só falta um partido de direita onde se reconheça, para que comecem a engrossar as suas fileiras, como vemos acontecer pela Europa fora.
Há que construir outro futuro, porque este que está à vista deixa muito a desejar.
5 comentários:
Pelo que sei, foi pena as cacetadas que cairam no chão.
Aí está!
Convenientemente escondido por trás do anonimato.
Infelizmente a xenofobia parece cada vez mais alastrar neste nosso cantinho de "brandos costumes".
Mas, tal como diz, a inoperância tanto dos "agentes da autoridade" como do nosso sistema de justiça conduzem a uma certa revolta de massas que se traduzem numa total perda de racionaliade, e assistimos a casos como os que descreve no post - que de forma alguma são desculpáveis!
Cabe a todos e a cada um de nós não "incendiar" os ânimos e tentarmos ter uma atitude humana e racional dentro da nossa esfera de influência.
Caro anónimo... o seu comentário parece-me completamente descabido. A lei de Talião não é a solução para nada, antes pelo contrário. Perdoe-me o "chavão" mas violência só gera violência e não traz soluções.
Ana
Um prazer ver-te por aqui, comentando.
Ontem passei pelo teu cantinho, mas já era tarde.
Até breve!
Olá boa noite apesar de estar de acordo com o amigo Baeta e com a Srª anterior parece-me que sejam eles imigrantes romenos portugueses ou outros quaisquer tem que assumir aresponsabilidade do que fazem que neste caso foi eles andadrem a assaltar casas ou outros apesar de ser contra a lei de Talião não deixo de sentir o que as pessoas sentiram pois a ver serem roubados bens e não haver auturidade por perto fizeram o que muitos fariam apesar de ser possivel isso pela quantidade pois se fossem um ou dois não mas qaundo a justiça não faz alguem faz espero que nãos e repitam mas compreendo as pessoas que o fizeram,
Um abraço para vcs
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