A escrita do Sudoeste, de há mais de dois mil e quinhentos (2500) anos, é a primeira escrita que se conhece no território a que hoje chamamos Portugal.
Se bem que ainda por decifrar, no seu sentido mais amplo, conhecem-se no entanto os sons representados nos seus símbolos (porque língua fonética) pela semelhança que apresentam em relação à escrita dos fenícios (no actual Líbano), povo de marinheiros e comerciantes, com quem os povos que aqui viveram bem antes de nós se relacionavam e com quem estabeleceram laços de intercâmbio.
A feitoria fenício-púnica, hoje destruída, do Cerro da Rocha Branca, junto a Silves, e que terá estado na origem da nossa cidade e na origem do próprio topónimo, Cilpes, foi um desses portos de comunicação com o Mundo Mediterrânico.
Os testemunhos encontrados dispersam-se ao longo das principais vias de comunicação da época (1ª Idade do Ferro), os cursos de água, - Sado, Mira, Odelouca, Arade, Foupana, Vascão, Oeiras - em torno de um ponto central, que coincide com o lugar de maior número de testemunhos encontrados, situado no que é hoje o concelho de Almodôvar.
Daí que se justifique plenamente a criação deste Museu da Escrita do Sudoeste, que agora abriu ao público no contexto das Jornadas Europeias de Património, e de cuja colecção destaco a pedra sepulcral que se pode ver na fotografia acima e que ostenta a figura de um guerreiro, muito possivelmente representando o próprio homem cuja sepultura se pretendeu assinalar.
A continuar...
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