Por estas paragens, face a este oceano rebelde que parece não ter fim, viveu uma das figuras mais carismáticas da nossa história - Ibn Qasi (séc. XII), monge-guerreiro, sufí, líder de um reino que se estendia até Niebla, junto às portas de Sevilha.
Perto deste local, onde bati a fotografia, construiu o seu ribat - (convento-fortaleza) - e daqui dirigiu a revolta dos muridines.
Descendente de família autóctone e poderosa, convertido ao islamismo, foi contemporâneo de Afonso Henriques, com quem estabeleceu acordos que vieram a resultar no seu assassinato, em Silves, acusado de traição.
Também Ibn Mahfot, último rei de Niebla (séc. XIII), numa extensão que incluía o termo de Silves, escolheu o local cuja vista a fotografia pretende retratar, perto da ribeira de Boina, afluente do Arade, para aí se refugiar das solicitações da corte e gozar os prazeres da Natureza e da Vida
E eu também, no âmbito do 5º Encontro de Arqueologia do Algarve, me encantei nestes locais que pude fruir na tarde e no anoitecer do passado sábado, e que tamanha nostalgia me cravaram no peito.
8 comentários:
Fizeste-me ficar com água na boca. Há locais onde nos transcendemos. Os picos de Monserrat, não propriamente o santuário foram sítios onde me perdi e onde senti a paz do infinito.
Onde te perdeste ou onde te encontraste?
Assim me perguntaste um dia, Helena.
Essas paisagens não podem deixar de comover os nossos árabes corações, caro Toy.
É verdade que nos comovem o coração, mas duvido que o meu seja árabe, talvez mais berbere, africano, mas muito, muito mediterrânico.
Não vês como nos inquieta o Levante?!
Caro António,
Descobri há pouco tempo o Ribat de Ibn Qasi, e fiquei maravilhado! Parece incrível, pensar que passei ali perto tantas vezes, sem imaginar tal tesouro... Um abraço e até sempre, sigo sempre com atenção este teu espaço onde sinto que o Amor pelo Mediterrâneo é partilhado de uma forma especial.
Nuno
Tu também, meu caro?!
O que é senão partilha e amor pelo Mediterrâneo, o que fazes na música do teu Axaraz, que ainda não tive oportunidade de ouvir ao vivo.
Um abraço.
É um elogio que muito me honra! E revelo um segredo: em breve farei uma letra inspirada no ribat :-) Entretanto, está para breve o final da composição de todas as músicas do Axaraz, depois é passar para o passo seguinte: a partilha com todos, ao vivo. Darei notícias!
Esperarei ansioso.
Um abraço amigo.
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