Não sou católico, nem tão pouco religioso. Com dificuldade ser-me-ia possível entender a persistência, a quase teimosia, do Papa em ocupar um lugar de tamanha exigência, não tanto pela idade, mas antes pelo seu aspecto dolorosamente débil. Com maior dificuldade conseguiria comprender que esta permanência derivasse de um desígnio divino. Não consigo mesmo ultrapassar a minha dificuldade em entender a situação, mas fiquei extremamente sensibilizado com a imagem a que Francisco Viegas, em "OS PORTUGUESES ACHAM QUE", "colou" a imagem deste velho senhor, alertando a consciência da sociedade em que vivemos.
Francisco Viegas desculpar-me-á a transcrição de um parágrafo do seu texto:
" Há, naquela figura doente, gasta, frágil, a marca de uma humanidade difícil, o gesto desse derradeiro esforço em sobreviver. Não é agradável, essa imagem - é o retrato daqueles que escondemos longe da vista, em lares, hospitais, na sombra, na escuridão. O Papa deu-lhes um rosto, o seu. E lembrou o rosto de todos os outros, que estão na escuridão. "
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