Há algum tempo, talvez demasiado cedo, antes das aulas terem começado, abordei este assunto em Ainda há quem ache graça à praxe?, secundado por A Sombra, num texto de Rui Semblano, sob o título Praxes.
Entretanto, muito mais intervenções foram surgindo.
Hoje li um conto, o que faço praticamente todos os dias, no local que à frente vos irei apontar, cujo tema remetia para a questão que hoje aqui me traz.
Em Abram os Olhos, sob o título Os Idiotas, Hugo fala-nos de M. e dos momentos do seu primeiro encontro com esta personagem. A sua leitura é indispensável para a compreensão do porquê desta minha abordagem, mas não resisto à transcrição deste pequeno excerto de Os Idiotas
(...)
"Gostaria de encontrar M. e, desta vez, descobri-lo com as mãos à vista e os ombros preenchendo o tamanho do casaco. Perguntar-lhe-ia o que ganhou em desfilar, durante todo dia, atado a outros estudantes. Ou o que lhe valeu ser obrigado a gozar com os alunos que não tinham – como ele – entrado no ensino público. Se não me respondesse, eu chegar-me-ia à frente. É que, anos depois, a estupidez e a inutilidade parecem-me imutáveis. Esse é um problema de algumas tradições, prolongam-se por demasiado tempo, opõem-se ao progresso, existem apenas por existirem, mesmo que não nos levem a lado algum."
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