quinta-feira, março 04, 2004

De novo, o "diário" de Casimiro de Brito

Com data de 4 de Março de 2000:

    " Leio filósofos, é essencial lê-los para criar alguma distância, alguma ironia mais envolvente, mas, a breve trecho, desço ao chão. Para respirar o que há. Não são as nebulosas nem as matérias negras, sequer o mar imenso da humanidade que escapa à filosofia. É a areia debaixo do meu pé, a lágrima cada vez mais seca do menino que pede dinheiro para o pai, a rã que no charco subitamente salta, esta dor oblíqua de que não sei o nome. É o mínimo, é o inesperado, o próximo, o acaso. Várias são as verdades e muitas mais as suas vertentes. E eu não sei onde está a sabedoria. "


Casimiro de Brito
Na barca do coração
Campo das Letras, Porto, 2001

1 comentário:

Anónimo disse...

Nunca sabemos onde está a sabedoria. Mas devemos estar sempre atentos às pequenas coisas onde muitas vezes, imprevistamente, a sabedoria está.