Há poetas que visito e que me dão a honra da sua visita. Acontece que um desses poetas estará esta noite (30), pelas 21h00, na Bulhosa de Oeiras, para apresentar, com a assinatura da Papiro Editora, o seu último trabalho, a que chamou Ofício Diário.
É de um exemplar que me remeteu e onde deixou um simpático autógrafo, que transcrevo o poema que se segue.
Escolhi-o, não porque fosse o poema de que mais gostei, mas antes por ser o que me reavivou memórias que julgava esquecidas, de um Algarve que conheci e que já não reconheço.
- Memória
A memória dos cheiros
leva-me à velha casa dos avós,
com suas arcas de figos secos,
amêndoas e alfarrobas.
Em olorosa festa,
há uvas que rescendem
entre albricoques, pêssegos, ameixas
e peras-engasgas.
Cheiros que fazem a memória
de um tempo que me interpela.
Torquato da Luz
Ofício Diário
Papiro Editora, Lisboa 2007
5 comentários:
Um forte abraço, Toy.
De vez em quando, dá-me uma saudade de árabe, de cheiros, de espaços.
De abraços.
Reparto os meus abraços, por ti Torquato e por ti, Bet.
Os cheiros são, de facto, a melhor âncora da memória.
Agradeço a visita activa, Capuchinho.
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