terça-feira, abril 13, 2004

O 25 de Abril não precisa de falácias

Há uma publicidade na Rádio Comercial, que provavelmente será um dos aspectos de uma campanha publicitária mais vasta e mais geral, mas que detesto. Compara índices de 1974 com os de hoje, para estabelecer percentagens de crescimento que projectam Portugal como o país que mais cresce na Europa.
É falacioso!

E se a comparação se fizesse com os inícios os anos 70? Seria diferente? E se se estabelecesse a partir do começo dos anos 80 ou, talvez melhor, a partir dos finais de tal década, quando já "navegávamos" com os dinheiros da Europa? Seria tão elevada?
Aquelas percentagens não convencem ninguém - pois não é isso o que sentimos na pele - e todos sabemos que antes, depois do 25 de Abril, e ainda hoje, continuamos na cauda da Europa e esse afastamento tende a agravar-se.

É que o 25 de Abril não precisa de falácias.

1 comentário:

Anónimo disse...

O que se fez desde o 25 de Abril de 74 (e não desde 1971, ou desde meados de 1973, ou...) parece-me, em muitos aspectos, um milagre. Ao nível do sistema de saúde, por exemplo: a instituição do seu acesso generalizado. Ao nível do ensino. Ao nível das infraestruturas básicas (abastecimento de água, saneamento, electricidade, vias de comunicação...). No mundo rural, então (passe o romantismo dos carros de bois a chiar nas veredas), isto foi nítido. E são só exemplos. As contas, de facto, devem fazer-se «desde o 25 de Abril de 74». Porque essa data define uma linha clara entre um antes e um depois. Agora estamos todos de acordo sobre outras contas que é preciso fazer...