Lamentava, outro dia (Junho 23, 2004), o desaparecimento de José Carlos Barros e a ausência da sua escrita em Um pouco mais de Sul, onde assinava como jcb.
Sensível a esse meu lamento ofereceu-me um poema inédito, que me dedicou:
- A invídia
- Para o António
Nunca adormeças à sombra das figueiras quando
Todo o seu esforço se concentra em retirar da
Luz da tarde as mais pequenas
Vibrações do ar: nesses instantes pode
Acontecer que os teus nomes e o da água do poço
Se confundam ou multipliquem numa aritmética
Sem retorno e só com as últimas manhãs de
Novembro te seja possível regressar ao alpendre
De onde saíras para adormecer à sombra das figueiras
Ignorando que nada podia proteger-te da
Excessiva luz do meio dia, do logro, das antigas
Promessas de felicidade e da invídia.
Cacela, 23 de Junho de 2004
P.S. Já me ofereceu um segundo poema, que prometo publicar brevemente.
1 comentário:
Belo poema! fico à espera do próximo.
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