Neste meu primeiro post de Julho, o mês em que, faz agora um ano, os blogs se encarregaram de nos aproximar, o prometido poema de José Carlos Barros:
- A nostalgia
Um tempo houve em que estendíamos os frutos
Na esteira das açoteias como se fosse ainda
Possível acrescentar à tarde uma outra luz que a
Tarde exasperadamente procurava nas
Suas frases do estio, enquanto as crianças
Corriam nos lancis dos canais de rega,
Mergulhavam no tanque ou se levantavam em
Equilíbrio nas cumeadas distantes. Então as mulheres
Erguiam-se das cadeiras de esparto e vinham
Também elas ao pátio, deslumbradas, a olhar as
Labaredas imensas e a esconder com o lenço
Na cara as lágrimas duma nostalgia sem nome.
- Cacela, 24 de Junho de 2004
P.S. Queiram desculpar esta intromissão na poesia, mas neste momento de elevada gravidade política não posso deixar de chamar a atenção de quem me visita para este texto de Pacheco Pereira no Público de 1 de Julho.
(Clique aqui)
3 comentários:
Oportuno e pertinente, este artigo de PP ( honni soit...), a pôr a nu a chaga do lado, um populismo desembraiado, uma ambição sem freio, um dandismo politiqueiro e popular e perigoso ( se não fosse crítica a hora, bricaria com estes três ppp ). Povo, onde está o saber das quadras de António Aleixo, analfabeto e culto, de que és depositário, desperta e chicoteia nas urnas os vendilhões do templo. fcr.
Obrigada pelo poema.
O artigo já o li e ainda bem que fazes referência a ele.
Abraço
Eu cá adivinhava. O Zé Carlos, retirara-se para o calor estiante mas criativo da luz de Cacela, para escrever poesia. António, se puderes vai partilhando, que o egoísmo não te vele!
Um abraço do HR.
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