Faz tempo que não partilho convosco algumas das reflexões que Casimiro de Brito publicou, em forma de diário do ano 2000, n'A Barca do Coração, Campo das Letras, Porto 2001.
Com data de 19 de Julho, faz hoje quatro anos, escrevia:
Esta manhã vi sardinheiras na janela do vizinho. Ou eram buganvílias? E vi uma ninhada de gatinhos no terreno vago diante da casa. O facto de ter visto o que vi - vi também que são verdes e tristes os olhos da jovem que sobe a rua, quando a desço - quererá dizer que estou a reaprender a olhar? Ou que nunca olhei? Ou que só vi o que desejava ver? Vou olhar melhor. E lembrei-me, não sei porquê, que posso guardar um livro, jamais um corpo, por mais amado que seja. E que não amo só quando amo - e quem diz amar diz lembrar ou esquecer ou sentir repulsa, medo, angústia. Vou pensar melhor.
P.S. Acabei de chegar do concerto dos Terracota e Da Weasel, em Lagoa.
3 comentários:
É verdade, Antonio!...
A vida é uma festa e em cada segundo temos muitos encantos para descobrir...
Pena é que, de tão imperfeitos, normalmente levemos tanto tempo para perceber as coisas simples, no entanto tão belas...
O seu blog também tem essa função... lembrar-nos que no sentir está toda a felicidade...
Um abraço de Ouguela!...
Um abraço para Ouguela, a partir de Silves.
Zé Vagina a ministro do Turismo e Zézé Camarinha a secretário de estado
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