sexta-feira, outubro 29, 2004

Faro 1952

Encerrando o périplo por Poesia 61, num regresso a Faro, 1952, e ao velho Aliança.

Gastão Cruz

        • Faro 1952

          O café, do outro lado a livraria
          essa a meta da tarde
          quando esfria a pele sem que
          frio fique o dia,
          as linguagens regressam às cúpulas
          de folhas
          e os treze nocturnos ainda nos esperam
          sob o inerte
          torreão do fim da infância,
          escutaremos alguns
          no pobre piano íntimo, o sexto
          repetido como alma dos
          dias,
          percorremos a rua
          até onde entra nela a aragem da ria,
          e o café dum lado, do
          outro a livraria,
          à porta o chapéu largo e a barba
          branca
          dum poeta do passado

      Gastão Cruz
      Rua de Portugal, 2002



quinta-feira, outubro 28, 2004

Os silêncios da fala

Em tempo de encontro com os poetas de Poesia 61.

Maria Teresa Horta

        • Os silêncios da fala

          São tantos
          os silêncios da fala

          De sede
          De saliva
          De suor

          Silêncios de silex
          no corpo do silêncio

          Silêncios de vento
          de mar
          e de torpor

          De amor

          Depois, há as jarras
          com rosas de silêncio

          Os gemidos
          nas camas

          As ancas
          O sabor

          O silêncio que posto
          em cima do silêncio
          usurpa do silêncio o seu magro labor.

      Maria Teresa Horta
      Vozes e olhares no feminino, 2001



quarta-feira, outubro 27, 2004

Urbanização

Ainda na rota de Poesia 61.

Fiama Hasse Pais Brandão

        • Urbanização

          Tudo o que vivêramos
          um dia fundiu-se com o que estava
          a ser vivido.
          Não na memória
          mas no puro espaço
          dos cinco sentidos.
          Havíamos estado no mundo, raso,
          um campo vazio de tojo seco.

          Depois, alguém
          urbanizou o vazio,
          e havia casas e habitantes
          sobre o tojo. E eu,
          que estivera sempre presente,
          vi a dupla configuração de um campo,
          ou a sós em silêncio
          ou narrando esse meu ver.

      Fiama Hasse Pais Brandão
      As Fábulas, 2002



Atenção: Coisas graves estão a passar-se no Diário de Notícias.
Leiam o Comunicado do Conselho de Redacção do DN e saibam do aumento exagerado do orçamento do gabinete de Morais Sarmento.


terça-feira, outubro 26, 2004

As casas vieram de noite

Na sequência do post da passada sexta-feira sobre Casimiro de Brito, "entraram-me em casa", de noite, as memórias de alguns dos seus companheiros de labuta poética, nomeadamente os que mais se identificaram com o movimento Poesia 61, nascido em Faro. Resolvi então reviver con(gosto)vosco alguns desses poetas.

Luiza Neto Jorge

        • As casas vieram de noite

          As casas vieram de noite
          De manhã são casas
          À noite estendem os braços para o alto
          fumegam vão partir

          Fecham os olhos
          percorrem grandes distâncias
          como nuvens ou navios

          As casas fluem de noite
          sob a maré dos rios

          São altamente mais dóceis
          que as crianças
          Dentro do estuque se fecham
          pensativas

          Tentam falar bem claro
          no silêncio
          com sua voz de telhas inclinadas

      Luiza Neto Jorge
      Os Sítios Sitiados, 1973



segunda-feira, outubro 25, 2004

Estranhei, mas não é de estranhar

Era já de tarde, na sexta-feira, quando me confrontei com um dos cartazes da iniciativa cultural da Câmara Municipal de Silves para o sábado seguinte:

    Ciclo de Jazz
    Igreja da Misericórdia
    23 de Outubro -21h30
    Laurent Filipe - "Homenagem a Chet Baker"

Sinceramente, não estranhei que não tivesse visto nenhuma informação na imprensa regional, pois ultimamente Silves só é mencionada quando as iniciativas não são da Câmara Municipal (parece que não lhes interessa publicitar as suas actividades para o exterior).
Estranhei, isso sim, que esta iniciativa fosse publicitada na véspera do acontecimento, tanto mais quando se trata de um tipo de oferta musical que não é habitual e que, por tal motivo, necessitaria de uma divulgação com um prazo mais dilatado, a despertar atenções, a atingir públicos específicos, a promover o interesse.

Por aquele mesmo motivo estranhei o jazz e perguntei-me que tipo de público pretenderia a Câmara atingir. Mas, pensando bem, não é de estranhar, pois as programações da Câmara não aparentam nenhum critério definido; antes parecem correr um pouco na dependência da liquidez orçamental, ao sabor da oferta cultural do momento, ou por proposta de alguma empresa que recentemente por aqui tenha passado com as suas promoções de espectáculos.

Jazz na Igreja da Misericórdia? Estranhei. Não porque a Igreja não esteja desactivada para o culto e não seja frequentemente utilizada para diversos tipos de iniciativas, mas sim porque o jazz carece de alguma informalidade que se não coaduna com a arquitectura, a tipologia e o mobiliário daquela sala. Lembrei-me, então, que a Câmara Municipal não tem um único local que se adapte a qualquer tipo de espectáculo que mereça um mínimo de apresentação e conforto - e voltei a não estranhar.

Mas a Câmara patrocina praticamente todos os espectáculos da Fábrica do Inglês. Porque não o jazz na Fábrica do Inglês? Estranhei.
Mas, pensando melhor, como é um espectáculo que não convoca grandes multidões e se adapta a locais bem mais pequenos, talvez fosse ferir as susceptibilidades e os interesses dos proprietários de outros bares e locais de diversão da cidade, alguns dos quais já têm realizado sessões de jazz, mesmo sem o apoio da Câmara de Silves. E não estranhei.

Ainda me vieram à mente algumas instituições sem fins lucrativos, com salas aceitáveis, algumas das quais até ligadas à música, como a da Sociedade Filarmónica Silvense, e onde existe certamente um público conhecedor, que gostaria de apreciar artistas de qualidade superior à média, ou ainda o APARTE/Racal Clube, que o ano passado apresentou concertos de clarinete e guitarra, guitarra clássica, trompete, música coral e vem divulgando grupos ou artistas que compõem a sua própria música ou criam adaptações de outros compositores e que, ainda por cima, oferece condições bem próximas de um bom ambiente para um concerto de jazz. Mas não estranhei.

Não estranhei porque a Câmara - as Câmaras - são mesmo câmaras, isto é, salas, fechadas à iniciativa da sociedade civil, distribuindo subsídios e benesses para que, caladinhos, miseráveis e agradecidos não venham a ofuscar as "grandes" realizações camarárias.
Como se não competisse melhor à administração pública apoiar, propor e promover iniciativas, do que realizá-las.

P.S.

(1) - PARABÉNS a Asul , por ocasião deste aniversário blogal e pela iniciativa do encontro de bloggers algarvios.

(2) - A partir de hoje é possível aceder a um arquivo dos textos aqui publicados sobre Silves. Entretanto, o arquivo reporta-se somente aos textos de 2003. Um link para esse arquivo passou a constar na coluna de links, à direita.
Pode aceder aos textos agora, clicando aqui.


sexta-feira, outubro 22, 2004

A Casimiro de Brito

Foi publicado no passado fim-de-semana na página "acultura", do jornal "A Voz de Loulé", este meu texto, que abaixo transcrevo:

  • Solicita-me o coordenador desta página que comente um excerto de Na Barca do Coração, de Casimiro de Brito, no dia em que o poeta lançou o primeiro número de Prisma de Cristal, neste mesmo jornal, em 16 de Outubro de 1956.

    Tornei-me, inadvertidamente, um divulgador deste diário do poeta ao comentar, no meu blog, pequenos trechos que reflectiam os meus cuidados, as minhas emoções, as minhas dúvidas, o meu sentir, como se partes de mim, ou do poeta, andassem soltas em demanda de um lugar de encontro e identificação onde se encaixar, para, de novo, tornar a dividir-se procurando outro alguém.

    Curiosamente, a 16 de Outubro de 2000, bem como na sua véspera e no dia seguinte, Casimiro de Brito parece reflectir sobre o que chama “os restos da unidade” e refere-se, expressamente, à relação entre o autor e o leitor:

      15.OUT.2000

      “(…) Acordo e vou saltar para dentro das águas do meu mar, em busca dos restos da unidade que todos os dias vou perdendo e reencontrando. (…)”

      16.OUT.2000

      “Quem tem uma coisa, procura outra. Quem julga ter uma pessoa, também. Não devia ser assim. O possível futuro? O momento depois? Não devia ser assim.”

      17.OUT.2000

      “Escrever bem não me interessa, escrever bonito muito menos. A sensação que desejo transmitir é a mesma que me deixa o amor quando o faço – não fica feito. Um acto não se pode conservar, nem uma mulher. Que também não se conservem os textos que escrevo, que me escapam dos dedos, que se escapem do leitor – deixando-o a sós com a sua vida. A eficácia, na escrita, é uma ilusão e o poema apenas um começo. Para o autor e para o leitor, diferentemente para cada leitor.(…)”

    Termino, não sem que antes diga, aos mais cépticos das “coisas” da poesia, que Casimiro também se debruça sobre outras questões “menos poéticas”, mais urgentes.

    Sobre a realidade de um dia-a-dia que insiste em prolongar-se:

      18.OUT.2000

      “A maior parte dos mortos e feridos na Intifada são crianças ou adolescentes. Quem os fere, quem os mata? Quem os coloca na frente do combate ou quem atira a matar? Vão mais depressa para junto de Alah, dizem. São abatidos duas vezes. (…)”


    Silves, 4 de Outubro de 2004
    António Baeta Oliveira
    blogal.blogspot.com


P.S. Há um blog, da responsabilidade do editor de "acultura", Helder Raimundo, onde são colocados alguns dos textos aí publicados. Veja em CONTRASENSO.



quinta-feira, outubro 21, 2004

A árvore que sustém o torso humano

João Miguel Fernandes Jorge, que já integra a lista de poetas deste blog, publicou em Jardim das Amoreiras, Relógio d'Água, Lisboa 2003, vinte cinco poemas, de outros tantos estudos anatómicos de Vieira da Silva.

É um desses poemas - para o desenho de um esterno humano, donde irradiam (ou onde convergem?) as costelas - que vos trago aqui:

  • Nesse dia de setembro desenhei a árvore que
    sustém o torso humano; os ramos
    trazem a vibração de um instrumento
    mantêm um som semelhante ao mover articulado
    das patas de uma aranha.

    Parece-me que nos últimos dias
    aprendi muito em relação ao traço que ilumina
    a transparência do desenho
    no conflito que existe entre a
    superfície da morte e a profundidade da vida.

    A grafite, a tinta-da-china observa os
    seus segredos e experimenta o nenhum sentimento
    ao descrever o plano interior das cartilagens
    a pele do mundo sob o que nos move
    ardentemente.



quarta-feira, outubro 20, 2004

Hoje é o

DIA DA INTERNET


Chegará alguma vez a haver o Dia do Blog?

P.S. O "caso" do SLB-FCP
Aqui está um bom exemplo do serviço que nos prestam os blogs, em Dia de INTERNET.
Trata-se de um estudo de caso efectuado por uma empresa co-financiada pela União Europeia e que visa, entre outras coisas, o desenvolvimento de soluções para os problemas comuns da Europa.
Recolhi este link através do blog Avatares de um desejo. Daqui remeto a minha devida vénia.
Carregue o seguinte ficheiro de vídeo (.wmv), que deverá despoletar o Windows Media Player ou outro programa da sua preferência. Terá que aguardar 2 a 3 minutos de carregamento em banda larga.
Clique agora aqui e aguarde.
O endereço electrónico para que está a ser remetido é (www.sinelimite-europe.com/doc/Benf-Port.wmv)



terça-feira, outubro 19, 2004

Fruir a Cidade (II)

O título já aqui foi usado, em Agosto de 2003, a propósito, entre outras coisas, da impraticabilidade da fruição das margens do rio a montante da "ponte nova", já porque os proprietários dos terrenos junto às margens impedem o seu acesso e ainda porque os canaviais ali crescem selvaticamente impedindo até o simples desfrute do olhar.
Qual não foi o meu espanto e a minha alegria ao avistar na passada terça-feira (12 de Outubro) este troço do rio e as suas duas margens limpas como nunca antes a minha memória guarda registo, desde meados dos anos 60 e da construção da avenida junto ao rio.
Como foi bom ver de novo o lençol de água sob a velha pérgula e a antiga nora, junto à palmeira, na "Horta da Menina"! Que prazer, o de percorrer o olhar rio acima, como não fazia há tanto tempo atrás!
Silves, Outubro 2004, © António Baeta Oliveira
Não soube a quem coube a iniciativa (suponho que à Câmara Municipal), mas agradeço a restituição deste braço de rio à fruição do meu olhar. Quem sabe se um dia me será permitido percorrer a margem esquerda e voltar de novo à Levada, dos saudosos banhos de toda a rapaziada da minha geração.
Não duvido de que Silves seria mais rica, agora que também se propõe toda uma revitalização das margens a jusante, para lá da "ponte velha".


segunda-feira, outubro 18, 2004

Simpatia interblogal

Helena Monteiro, de Alicerces e Linha de Cabotagem, que atenta e participativamente acompanhou a minha série de posts de viagem por terras beirãs, semelhante a uma outra que em tempos ela efectuara, ofereceu-me um dos seus poemas, que agradeço reconhecido:

        • Monsanto Alcandorado

          Veja-se o poiso das águias
          Destacando-se em baixo nas fragas
          Veja-se lá bem ao longe
          A barragem espelhando a água
          Veja-se acima as pedras
          No silêncio da antiguidade
          Veja-se as rosas e as hortenses
          Em arco-íris nas ruas sinuosas
          Veja-se o tempo intemporal
          Na quietude da aldeia poisado
          Veja-se a vida escorrendo
          Ao som do silêncio amedrontado
          E por entre pedras, xisto e granito
          Veja-se esta aldeia alcandorada.

      Monsanto, 18 de Junho de 2000
      Helena Monteiro


domingo, outubro 17, 2004

Pelos 80 anos de Ramos Rosa

      © Instituto Camões

        • Para um amigo tenho sempre um relógio
          esquecido em qualquer fundo de algibeira.
          Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
          São restos de tabaco e de ternura rápida.
          É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
          É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.

      António Ramos Rosa
      Viagem através de uma nebulosa, 1960

P.S. Chamo a atenção para um texto de outro poeta algarvio, Gastão Cruz, de homenagem a Ramos Rosa, no Público de hoje.


sexta-feira, outubro 15, 2004

Ramadão


رَمَضَانْ (Ramadân)
Hoje, os muçulmanos entram no 1º dia do mês de Ramadão, do ano 1425 da Hégira.

Nunca estive num país muçulmano em tempo de Ramadão, mas sempre pensei que seria um autêntico mergulho no desconhecido viver numa cidade que descansa e jejua durante o dia e que sai para a rua à noite, para trabalhar, alimentar-se e divertir-se; numa autêntica inversão das nossa rotinas.
Como os meses muçulmanos vão recuando no tempo, porque o seu ciclo é lunar (mais curto que o solar), talvez um dia o Ramadão coincida com uma época em que me possa disponibilizar para uma viagem.
Já que em 2005 o Ramadão se aproximará do início de Outubro, em 2006 já estará em Setembro. Talvez então viaje, em 2006 ou 2007. Quem sabe se mesmo em 2005!?
Por aí, não há curiosidade?


quinta-feira, outubro 14, 2004

Al-Mu'tamid, 909 anos depois

Al-Mu'tamid - المعتمد - , o rei poeta de Beja, Silves, Sevilha e Aghmat faleceu a 14 de Outubro de 1095, faz hoje 909 anos.

Mausoléu de Al-Mu'tamid, em Aghmat
Mausoléu de Al-Mu'tamid,
em Aghmat


      • VINHO
        a noite lavava as sombras
        das suas pálpebras com a aurora.
        ligeira corria a brisa.

        bebemos vinho velho, cor de rubi,
        denso aroma, suave corpo.


Adalberto Alves
Al-Mu'tamid poeta do destino
Assírio & Alvim, Lisboa 2004


Nota: Clique na pequena ilustração do Mausoléu de Al-Mu'tamid e poderá aceder ao I Itinerário proposto por "El Legado Andalusí", visitando virtualmente, em Aghmat, a sua sepultura.

quarta-feira, outubro 13, 2004

Serra da Estrela

Manteigas, Outubro 2004, © António Baeta OliveiraDe Manteigas registo o cabrito ou o borrego (só por encomenda) que não pude comer, apesar da sugestão do meu amigo Manuel, daqui natural. Prendeu-me, no entanto, a agradável toalha de linho sobre a mesa e a bem cuidada paisagem que se avistava da janela e que não voltei a reconhecer no caminho que me levou à Torre.
Sei que não é esta a melhor ocasião, mas achei a serra mal tratada, abandonada mesmo e confrontei-me com uma oferta turística quase inexistente, um comércio de produtos ditos regionais de aspecto manhoso e pouco agradável.
Salva-se a majestade natural da serra a perder de vista, a encher o olhar e a transbordar para a "alma".

Termino assim esta série de transcrições do meu Moleskine, onde registei as memórias desta viagem à Covilhã e arredores.
Ah! Covilhã: mais estudantes, mais gente, mais carros caros, mais obras, mais "patos-bravos".

Nota: Clicando sobre a imagem terá acesso a uma foto da paisagem que se avista dessa mesma janela.


terça-feira, outubro 12, 2004

Monfortinho

© http://www.monfortur.pt/prod01.htm

A flora exuberante, a quietude sonâmbula, a limpeza asséptica, próprias das localidades termais. Os hotéis e seus reconhecíveis utentes. Os residentes, que exercem o seu comércio ou prestam os seus serviços, mas que, eventualmente, nunca usufruíram de uma repousada estadia nas suas termas ou de um tratamento termal como o que se documenta.

www.monfortur.pt


segunda-feira, outubro 11, 2004

Monsanto

Monsanto, Outubro 2004, © António Baeta Oliveira
Monsanto

Como um ninho de águias sobre o grande vale, rasgando os inóspitos penhascos onde o granito impera, aí se impôs o homem de Monsanto, construindo um lar.

P.S.
O meu olhar sobre Monsanto, aqui.


sexta-feira, outubro 08, 2004

Penamacor

Penamacor, torre sineira e pelourinho, Outubro 2004, © António Baeta Oliveira
Penamacor - torre sineira e pelourinho

Alcandorada, observando a serra como que a exigir respeito pelo seu medievalismo, na afirmação da sua torre sineira, de prevenção e rebate, na imponência do pelourinho, a ameaçar os incautos.

P.S.
De Penamacor, Manteigas e da Torre (Serra da Estrela) há mais imagens aqui.


quinta-feira, outubro 07, 2004

Belmonte

Do enigmático edifício de vários pisos de Centum Celas, até à vetusta porta de pedra do Castelo de Belmonte, marcada pelo tempo, de onde se adivinha o harmonioso anfiteatro contemporâneo, imitando os gregos, passearam tantos olhos, como os meus, surpreendidos pelo equilíbrio das formas, pela perspectiva dos volumes, pela expressão artística do Homem na sua incessante procura do belo.

Centum Celas, Outubro 2004 © António Baeta OliveiraCastelo de Belmonte, Outubro 2004 © António Baeta OliveiraAnfiteatro no Castelo de Belmonte, Outubro 2004 © António Baeta Oliveira

P.S.
Há mais fotos de Belmonte aqui.

As minhas preocupações antes da saída de Marcelo Rebelo de Sousa continuam as mesmas depois da saída de Marcelo Rebelo de Sousa ou da sua eventual reentrada noutro canal de comunicação. Esta "política" continua.


quarta-feira, outubro 06, 2004

Egitânea

As Portas de Egitânea, Outubro 2004, © António Baeta Oliveira
As portas de Egitânea

Sabeis como é!?

Passar as portas da romana Civitas Igaeditanorum, velha de vinte séculos, ou da Egitânea visigoda do séc. VI. Saber que caminho sobre as mesmas lajes que outrora foram pisadas por outros pés, então vivos, que carregavam cuidados e afectos semelhantes aos meus, porque humanos, hoje, neste cenário arqueológico, despido de outra vida que não a minha, na tarde quente de um Outono por chegar, nestas terras de Idanha-a-Velha.

P.S.
Pode aceder a mais das minhas fotos de Egitânea (Idanha-a-Velha) clicando aqui.

À margem do texto sobre a Egitânea, permitam-me que divulgue este alerta de uma amiga, a propósito do apelo de Kofi Annan, a todos os países membros das Nações Unidas, para que o apoiem nas decisões da Organização e sua implementação em todo o mundo. O Secretário-Geral pede apoio para agir.

O alerta agora é meu, para a leitura de Balanço Patriótico, em Almocreve das Petas, em tempo de comemorações do 5 de Outubro.


segunda-feira, outubro 04, 2004

Silves, em marcha contra o cancro

Gostei de viver hoje a minha cidade.

Pela quarta vez consecutiva, já la vão quatro anos, a Associação Oncológica do Algarve organizou a MamaMaratona, uma marcha de carácter lúdico e desportivo num percurso pedestre de extensão variada, conforme a opção dos marchadores.

O valor obtido com as inscrições, os donativos, os apoios das mais diversas empresas e instituições, a venda de T-shirts, bonés e outros materiais, servirá à construção de uma Unidade de Medicina Nuclear e à divulgação da necessidade do diagnóstico precoce do cancro da mama.
E é uma festa, uma alegria, ver as ruas e os arredores cheios de gente (cerca de duas mil pessoas) de todas as idades, marchando "contra o cancro".

Este ano juntou-se à festa o 1º Passeio a Cavalo e Atrelagem, incluído numa interessante iniciativa da edilidade - a 1ª Mostra d'O Saber Fazer do Concelho - a emprestar um outro colorido, com este passeio de algumas dezenas de cavalos e respectivos cavaleiros e amazonas, que se cruzaram com os marchadores.
Assim, apetece dizer que: "Silves tem mais encanto!"