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Sem truques, este post foi publicado propositadamente às 12h33, hora a que ocorreu o Equinócio da Primavera para as coordenadas locais da cidade onde vivo - Silves.
O que a ciência não explica é esta mítica ligação do Equinócio da Primavera ao fenómeno que me leva a relacioná-lo com este "estado de espírito" que partilho, certamente que não pelo mesmo motivo nem pela mesma musa inspiradora, com Nuno Júdice:
- ÉCLOGA
Encontrei o segredo, a chave de vidro
das palavras que escrevo; e tenho medo.
Talvez nos campos imensos onde o lírio floresce,
na margem de rio que abriga, de manhã cedo,
os teus pés de ninfa, num engano de idade;
me tenhas visto à sombra de um rochedo;
e se os teus lábios, entreabertos num torpor
de romã, me tocaram num sonho bêbedo,
deles só lembro, imprecisos, fluxos
de incêndio numa hipótese de amor.
Nuno Júdice
A Partilha dos Mitos (1982)
Poesia Reunida (1967 - 2000)
Publicações D. Quixote, Lisboa 2000
2 comentários:
Não quebrou música nenhuma, Francisco.
O poema não se refere ao equinócio e, depois de lido o comentário, é possível regressar à música do poema de Nuno Júdice.
Os seus comentários serão sempre bem recebidos; até já estranhava a sua ausência.
Um abraço.
Música e sintonia. Encontrar Nuno Judíce em tantos blogs no mesmo dia!
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