Ibn Sidmir, viveu em Silves e deve ter escrito este seu poema num exílio forçado, já depois da conquista cristã.
agrada-te a brisa do alvorecer
e o fulgor do relâmpago
quando brilha e se apaga?
e também as avezinhas no ramo arrulhando
e as nuvens prenhes de água gotejando?
tudo isto são temas para o amor,
mas qual o enamorado que não chora?
eu,
não fossem brisa, relâmpago,
pombas que arrulham, e nuvens,
não saberia amar.
tudo me recorda Silves,
mas, ai de mim, como está distante!
tão longe,
que não poderei mesmo regressar!
O meu coração é árabe
Assírio & Alvim, Lisboa 1998
P.S.
Tu, silvense de hoje, julgas que não há mundo além do teu, outra Silves que não a tua? Vê bem como os teus antepassados amavam a mesma terra que tu dizes amar. Estes poemas viverão para além de ti e, muito provavelmente, Silves será lembrada pelo testemunho destes poetas e talvez nada fique da tua memória ou da minha. Faz por conhecê-los melhor!
2 comentários:
Continuo lendo, lendo e encantando-me
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