"Não temos pátria, temos barbatanas.
Somos um país que não sabe, o hospital é aqui!
De pijama rodopiamos num desnorte que não incomoda.
O nosso espaço é de vidro e tem a turva densidade das águas. Aqui não há esforço porque este mata o passado e condiciona o futuro. Não há sofrimento porque não há direcção e há pouca razão.
Não há alegria, ela existiu pouco e é uma promessa para o "futuro".
Não há som, não há esforço, não há sofrimento, não há alegria... há tudo isto mas dentro, mesclado com a ironia dos sobreviventes e a alegria dos loucos, dos atletas, dos sprinters que na partida avistam a meta.
A festa é já ali.
Vivemos num tempo de falas guardadas. Afásicos, afísicos, momos letrados e hipotecados (i)letrados, afundamo-nos no conforto das nossas pantufas. Lambuzamo-nos nas ausências e alimentamo-nos das faltas da nossa agricultura de galos de barcelos embolados, porque esquecemo-nos de querer melhor.
... longe daqui tudo isto parece um circo."
Este texto foi extraído do programa de uma co-produção de José Laginha /Coimbra 2003, a que me preparo para assistir na Sexta-feira (11) à noite, em Faro, no CAPa, Centro de Artes Performativas do Algarve.
Trata-se de um espectáculo performativo, no domínio da dança.
Consegui despertar-vos a atenção? Óptimo!
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