Ontem desloquei-me aqui bem perto, a Lagoa, para a Festa da Juventude, que ali decorre durante este fim-de-semana.
Não sou um jovem, mas o Sérgio Godinho também não o é. Também acho que estes títulos se usam porque são vendáveis, porque este é o público que mais consome música, o público mais disponível para sair à noite a concertos de ar livre, mais interactivo socialmente, ouvindo ainda os mesmos temas comuns, a facultar identificações sociais.
Pois é. O concerto da noite foi mesmo com Sérgio Godinho.
Deixem-me ainda ficar mais um pouco sem entrar no tema que suscitou este post.
A primeira parte do concerto coube a Camaleão Azul, um projecto musical com ligações ao Algarve, inspirado poeticamente em Fernando Cabrita.
Viviane, que já conhecíamos de "Entre Aspas", nomeadamente com a sua "flor, uma pequena flor...", impõe-se como o rosto deste grupo, onde a sua voz e presença em palco marcam a interpretação dos temas musicais, cuja composição e arranjos, na minha modesta opinião, fazem justiça à sensibilidade poética de Fernando Cabrita.
Sérgio Godinho é outro tom, outra capacidade de comunicação com o público, quase uma encenação. Percorreu, com quase toda a gente a cantar, os velhos temas de sempre e os mais recentes de "O Irmão do Meio".
Era uma bela noite de Lua, cheia, com Marte a seu lado, como um par que partilha com Sérgio os temas sempre recorrentes do amor.
A forte presença da juventude, em tempo de abertura de aulas, em idade de frequentar a universidade ou de se preparar para o seu ingresso, fez-me pensar no tema, interpretado por Sérgio Godinho e que dá o título a este post, a merecer um debate nos blogs.
É-me penoso saber desta humilhação, ano a ano repetida, ano a ano inflingida em nome da tradição académica, num perpetuar de costumes que tiveram a sua época e a sua função, mas que hoje não passam de abuso à dignidade de qualquer dos protagonistas, mesmo quando estes não reconhecem nestas práticas a ausência de qualquer ética e justificação numa sociedade livre e democrática.
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