quinta-feira, setembro 18, 2003

The life of...

Cumpridos os afazeres que me levaram à capital (Faro), aproveitei o ensejo para dar um salto a Olhão, procurando almoço.
Quando me decidi por Olhão já no meu íntimo tinha decidido o restaurante, certamente, embora pudesse ter optado por um outro qualquer.
Estacionei na Avenida, junto ao Mercado, e procurei, não um qualquer dos que naquela zona abundam, mas precisamente aquele que, logo à entrada apresenta, em vez de um escaparate igual a tantos outros que por aí abundam, uma série de "caixas de peixe", como as que habitualmente avistamos no próprio mercado, com peixe variado, fresquíssimo, salpicado de sal e que, mesmo ali, podemos escolher e entregar ao encarregado da grelha, logo ao lado, especialista naquele saber de experiência feito.
Optei por três pequenos besugos.
Era também daquele saber que se fez a travessa onde os besugos repousavam sobre azeite (não um resquício de um qualquer óleo azeitado), acompanhado de saborosas (soube logo no momento seguinte) batatas, umas rodelas de tomate, alface e salsa, cortada bem fininha.
Ainda não mencionei a salada, de tomate, pimento e cebola, tudo bem picadinho, regada naquele azeite e temperada com orégãos, servida à parte, numa vasilha de barro.
Que bem que me soube! E tudo tão simples, tão autêntico.

Da mesa atrás chegou-me ao ouvido a conversa de um sujeito que mencionava um local onde se comia assistindo ao show de uns papagaios, seguido de um outro show de qualquer outra coisa, já nem me lembro do quê. Não devem ter gostado do meu modesto restaurante, ou, quem sabe, talvez tivessem gostado mesmo.

Sem compromissos, pela tarde, aproveitei para ir ao cinema: The life of David Gale, Inocente ou Culpado, na versão portuguesa.

Se a ideia de Alan Parker pretendia ser um libelo contra a pena de morte, o título da versão portuguesa não faz sentido, pois não interessariam a inocência ou a culpabilidade; se, tão simplesmente, a intenção de Alan Parker foi contar uma história policial, acho bem o título da versão portuguesa.
Decido-me pela versão portuguesa e pelo conto policial.
É que, se se pretendia lutar contra a pena de morte, na minha modesta opinião prestou-se um mau serviço.
Aquilo que, creio, ficará na mente das pessoas, depois de se ter esquecido tudo o resto, é a de que estes militantes de causas minoritárias são todos uns fanáticos, capazes de tudo pelas suas ideias.

Que me dizem os meus leitores habituais, de cuja convivência fiquei ontem privado, dadas as lides que vos descrevi: Inocente ou Culpado?

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