sábado, maio 01, 2004

Maio, Maduro Maio


  • Maio maduro Maio
    Quem te pintou
    Quem te quebrou o encanto
    Nunca te amou
    Raiava o Sol já no Sul
    E uma falua vinha
    Lá de Istambul

    Sempre depois da sesta
    Chamando as flores
    Era o dia da festa
    Maio de amores
    Era o dia de cantar
    E uma falua andava
    Ao longe a varar

    Maio com meu amigo
    Quem dera já
    Sempre depois do trigo
    Se cantará
    Qu'importa a fúria do mar
    Que a voz não te esmoreça
    Vamos lutar

    Numa rua comprida
    El-rei pastor
    Vende o soro da vida
    Que mata a dor
    Venham ver, Maio nasceu
    Que a voz não te esmoreça
    A turba rompeu


Zeca Afonso

3 comentários:

Anónimo disse...

Ao tempo que não vinha a Silves, António. Mesmo que seja em maio é sempre agradável dar cá um pulinho.
Um abraço.

Anónimo disse...

Belo poema todo Zeca Afonso.
Que se me perdoe se junte o seu poético "maio" ao meu "maio" prosaico, para lhe perguntar como se pede um comentário ao blog que hoje iniciei e a que falta o espaço de interacção indispensável.
Convido-o meu caro correspondente a visitar-me a qualquer hora do dia e da noite em:
meusinstantaneos.blogspot.comCumprimentos e, de antemão, obrigado.fcr

Anónimo disse...

António:
Aqui ficam, também, os nossos Maios, Abris e outros que tais!
Um abraço do helder.