terça-feira, junho 21, 2005

Está aí o verão algarvio

No passado fim-de-semana decorreu em Silves um Seminário sobre turismo e desenvolvimento local.
Numa sala abafadíssima (apesar de todos os esforços de última hora para conseguir ventoinhas e um aparelho portátil de ar condicionado), com cadeiras desconfortáveis e rangentes, com uma assistência pouco numerosa e que foi diminuindo até à vintena (um pouco mais ou menos), eu fui resistindo, escudado na minha vontade de entender o que se passa.

O primeiro dia foi da responsabilidade, quer queiramos ou não, das entidades responsáveis pelo estado a que isto chegou: Área Metropolitana do Algarve, antes AMAL (Associação dos Municípios do Algarve), CCDRAlg (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional), RTA (Região de Turismo do Algarve), AHETA (Associação de Hotéis e Empreendimentos Turístico do Algarve), um ex-ministro das Finanças, Eduardo Catroga.
Ainda um determinado professor da Faculdade de Economia da Universidade do Algarve, que divulgou um programa-modelo de apreciação da melhoria de qualidade dos destinos turísticos e que, na minha opinião, deveria ter sido enquadrado no segundo dia, e ainda um certo Gabinete da Câmara de Oeiras (ainda estou para entender porquê, mas que não me importo que tenha sido enquadrado no primeiro dia).

Isto para saber o quê?

O que já há muito sabia, e muitos outros além de mim, e há muito critico na minha qualidade de cidadão:

  • que esta aposta no turismo de "massas" já deu o que tinha a dar;
  • que o "sol e praia" (eu prefiro o "bebe e dorme", pela semelhança com o mau exemplo de Benidorm) não chega;
  • que os turistas têm outros destinos de semelhante má qualidade, ao mesmo preço ou a preços ainda mais baratos, e que essa concorrência tende a aumentar;
  • que a carga sazonal é nefasta;
  • que estamos demasiado sujeitos a alguns, poucos, países emissores de turistas;
  • que dependemos demasiadamente do turismo como fonte de riqueza;
  • que não há um Algarve, mas dois ou mais, divididos entre o litoral e todo o resto;
  • que a esperança de vida dos cidadãos aumenta e há um turismo sénior, com dinheiro, que procura destinos calmos, seguros e que a sua atenção se dirige ao que é genuíno e identificativo da região que pretendem visitar, ou seja, o património, natural e edificado, os residentes e a sua cultura.

    (Continua)


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