Ribeira de Odelouca, © Carlos Rocha
Quando a construção da Barragem de Odelouca vem à baila, a imprensa agita sempre a defesa ambientalista do lince ibérico e da águia de Bonelli, ou o fantasma da escassez da água (particularmente ameaçador em tempo de seca) e pouco refere, a propósito, o incumprimento das normas nacionais e internacionais ou o excessivo dispêndio de água potável pelos campos de golfe, que crescem por aí como cogumelos, enquanto a moda durar, e de que nada restará senão o deserto, quando a moda passar.
Os ambientalistas são sempre os maus da fita, como se as suas intervenções pudessem impedir o que quer que fosse se elas não estivessem apoiadas em normas nacionais ou tratados internacionais aceites e votados pelos nossos sucessivos governos.
É então ao governo, sujeito aos mais diversos lobbies de pressão, que se deve exigir explicações.
Afirmava outro dia Maria João Lima em Alerta Amarelo o que passo a transcrever:
A comunicação social tem um papel importante na divulgação da informação, mas pode ter, em proporção um papel perverso e perigoso, pois tem o poder de criar verdadeiras realidades e lançá-las ao mundo com facilidade (com ou sem intenção, o resultado é o mesmo).
Um contraponto (ou mais) pode contribuir decisivamente para nos interrogarmos e para assim podermos recriar as nossas realidades.
É o meu contraponto, o que vos trago hoje.
P.S.
No intuito de divulgar o conhecimento das espécies acima referidas e em vias de extinção (não se ama o que se não conhece), deixo-vos um link sobre a águia de Bonelli, com esplêndidas fotografias tiradas no Algarve, documentadas no National Geographic e da autoria de um biólogo português.
Junto dois links mais, agora sobre o lince ibérico: um para o Programa Liberne, do Instituto de Conservação da Natureza e outro para a Núcleo de Estudos Carnívoros e seus Ecossistemas, sedeado na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
1 comentário:
Tens toda a razão António. Helder.
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