Não sou maniqueísta e não tenho sobre o conflito do Médio Oriente nenhuma posição pró ou anti palestiniana e pró ou anti israelita mas, com sinceridade, também não sou completamente neutral, pois a minha formação e as circunstâncias que me fizeram, tal como sou hoje, inclinam o ponteiro da balança das minhas simpatias para um dos lados do conflito, que me dispenso de nomear porque, creio eu, é demasiado óbvio para quem me conhece ou para quem me lê.
Não defendo a concepção de que os judeus tenham direito de posse sobre qualquer dos territórios que constituem o Estado de Israel, mas reconheço que hoje, o Estado de Israel é um estado de direito, uma sociedade organizada e democrática.
Defendo que a Palestina seja definitivamente reconhecida como Estado soberano e reivindique como seus os territórios ocupados militarmente por Israel. Acordos posteriores sobre esta matéria serão da competência dos dois estados, soberanos e independentes.
Compreendo a luta dos palestinianos e a sua rebelião contra uma potência que usurpou parte do seu território e reconheço à sociedade israelita contemporânea o seu direito a organizar-se militarmente para defender a sua população e os seus haveres.
Sobre a Intifada, recordo as palavras de Casimiro de Brito (que aqui reproduzi em post com data de 22 de Outubro:
"A maior parte dos mortos e feridos na Intifada são crianças ou adolescentes. Quem os fere, quem os mata? Quem os coloca na frente de combate ou quem atira a matar? Vão mais depressa para Alah, dizem. São abatidos duas vezes. (...)
Preocupa-me profundamente a situação de guerra permanente que há gerações se vive na Palestina, alimentada pelo ódio e pela intolerância religiosa, e em Israel, pelas mesmas circunstâncias.
Não me compete julgar o homem que hoje vai a sepultar, mas o líder Arafat foi, sem dúvida, um dos principais responsáveis pela degradada situação em que hoje se vive naquela região do mundo.
Mais do que a minha opinião (a que não me posso eximir, por consciência de quem escreve, publica e se expõe), quero indicar-vos este trabalho de James Bennet, jornalista de The New York Times, de que tomei conhecimento em Rua da Judiaria e que considero um trabalho sério de jornalismo, com adequado tratamento tecnológico de acesso pela Internet:
- Palestine Lost (Clique no sublinhado)
P.S.
Embora a data acima continue a ser a do dia 12 de Novembro, este post scriptum só foi editado a 13, em contenção respeitosa pela memória de Yasser Arafat, ontem sepultado.
Quero indicar um outro link para um outro trabalho multimédia de The New York Times, da responsabilidade do jornalista Greg Myre:
Yasir Arafat - Death of a Palestinian Leader (Clique no sublinhado)
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