sexta-feira, setembro 03, 2004

Um edifício feito para o silêncio

Satisfiz, finalmente, uma das curiosidades que me assaltava de cada vez que subia até às margens do Tâmega: a igreja de Marco de Canaveses, de Siza Vieira.

Marco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta Oliveira

Chegado ao local apercebi-me de que já antes havia avistado aquele edifício, que supunha tratar-se da nova Câmara Municipal, dadas a sua dimensão, a simplicidade surpreendente da contemporaneidade das suas linhas e a austeridade do muro de pedra, de suporte e porte institucionais. Ainda a forma como se integrava tão naturalmente na malha urbana.

Rodeei todo o local, feito de cantos e recantos de silêncio.

Marco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta OliveiraMarco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta OliveiraMarco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta Oliveira
Marco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta OliveiraMarco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta OliveiraMarco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta Oliveira
Marco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta OliveiraMarco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta OliveiraMarco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta Oliveira


Atrevi-me a entrar.

S I L Ê N C I O.

É uma catedral de silêncio.
Alta. Ampla. Nua.

Marco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta OliveiraMarco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta OliveiraMarco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta Oliveira


Onde, até o corrrer da água da pia baptismal afirma o silêncio e a nudez límpidos do local.

Marco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta OliveiraMarco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta OliveiraMarco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta Oliveira


Onde o mobiliário é o minimamente indispensável ao(s) oficiante(s) e seus fiéis.

Marco de Canaveses, Agosto 2004, © António Baeta Oliveira


Onde até uma longa fresta, aberta sobre a cidade e o campo que a envolve, lembra que há todo um mundo ali ao lado, tão próximo que é possível avistar, a justificar o silêncio e a meditação.


5 comentários:

Anónimo disse...

Belíssimo post sobre o homem, a estrutura e o silêncio.

Anónimo disse...

Andas muito viajado, António. As fotos são excelentes e as palavras que as acompanham também.
Que mais posso dizer? Aqui fica um abraço de amizade.

Anónimo disse...

Sinto-me intrigado por que motivos esta obra de Siza Vieira recebe tantos elogios de uns e críticas negativas de outros.
Já conhecia por fotografia, mas com as tuas belas fotos e comentários desvendei parte do "mistério".
Parabéns Toy.

Anónimo disse...

Já lá estive e achei a igreja magistral.....

Anónimo disse...

Disse as palavras correctas: fria, nua e institucional. Parece-me uma morgue. Não inspira minimamente a meditação. Tem valas perigosas à volta.
Parece tudo menos uma igreja: não terá sido desenhada para posto de transformação e rejeitado por ofensa urbanística?